quinta-feira, junho 30, 2005

UM BLOGUE QUE RESISTE

Há sempre alguém que resiste ao caciquismo batoteiro e abatatado das pequenas autoridades. Há sempre quem sofra na pele, e resista com humor apesar da adversidade, as farpas do popularucho e patusco pensamento único local.
http://www.esquina-do-mundo.blogspot.com

sexta-feira, junho 24, 2005

ARNOLD BOCKLIN

""A Ilha dos Mortos" de Arnold Bocklin.
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UM BICHO EM ÁGUAS ATLÂNTICAS (15º versão)

Abriu tão subtis uns olhos
à Tarkovsky
pois não sabia que as ilhas são
charcos
furacões conchas correntes cânticos
escritos de nós em turbilhão
o seu silêncio
pôs-se então a caminhar entre
os mortos
salpicou-se de lama materna
até calar naquele corpo
velador de terra
viagens detritos crateras
um bicho em águas atlânticas

De tanto viajar
tal queda nupcial entre os abismos
bastou para que as ilhas abrissem
os olhos do mar
sábio de muito sono

quarta-feira, junho 22, 2005

TEIXEIRA DE PASCOAES

Ando a ler, a reler e a tresler um dos maiores génios da Literatura Portuguesa: Teixeira de Pascoais. Um mestre muito grande da prosa poética em português. Livro recomendado: S. Paulo.

terça-feira, junho 21, 2005

MARC CHAGALL

Self-Portrait with Seven Fingers, de Marc Chagall. http://www.artchive.com/artchive/C/chagall.html#images.
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À SOMBRA DO ANJO VELOZ (6º versão)

Em silêncio
a tua sombra arde
sonhadora
no mistério inicial
velando à noite toda
a destreza do sono
com tal cintilante imprecisão correm
as chamas sem cor que a tua voz
sempre velada murmura
a certeza dos seres

mas eu fui aquele que em explosão
te guardou uma outra sombra
de que o teu rosto é agora sangue
fui anjo veloz e tecedor

sábado, junho 18, 2005

WIILIAM BLAKE

A gravura é da autoria de William Blake(http://www.huntfor.com/absoluteig/blake.htm) um dos maiores poetas visionários de todos os tempos. "The Great Red Dragon and The Woman Clothed with the Sun" chamou-lhe o poeta.
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APOCALIPSE (5º versão)

O corpo
formigueiro
de sol em sol cegando
os olhos os dedos
agora às cegas abertos
os animais
híbridos
neblinas e dilúvios
A vida avis rara
tão de vidro ao ouvido
eles os exércitos
de anjos aguerridos
em casa me encerraram
sorriem-me ao espelho

terça-feira, junho 14, 2005

ARCIMBOLDO

Água, Fogo, Terra e Ar de Arcimboldo http://www.illumin.co.uk/svank/biog/arcim/arcidx.html Os quatro elementos de todos os elementos de todos os mundos.
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A CRIANÇA RIMBAUD (6º versão)

1
Uma criança de sal afoga-se nas águas do autor. Já não há quem
a salve. É um rosto intenso--intenso como um chifre como um flash como
um glaciar
um desertor tão sofrido como um deus glorioso


2
Uma criança de sal afoga-se nas águas do autor. Entre as letras levanta
uma pedra paterna. é uma trama de pó que, de noite, levita.
em segredo vai tecendo a sua face devastada


3
Já não há quem a salve. O corpo ainda morto pousado ascenderá
ao porão da escrita. Vagaroso nas vozes o filho já vivo, em visita.
Um desertor tão sofrido neste poema mudo.

segunda-feira, junho 13, 2005

SÊ COMO O SOL

Contra o dilúvio de cor negra, contra a dor aguda, contra a viagem de gelo— sê como o sol: uma flor na água.

terça-feira, junho 07, 2005

MICHELANGELO PISTOLETTO

"Broken Mirror", de Pistoletto. Onde está o "real"?
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quinta-feira, junho 02, 2005

M. C. ESCHER

"Relatividade" de M. C. Escher http://www.imagenetion.org/hiper/escher1.htm é uma obra que sempre me fascinou. O mundo é assim mesmo: um calhau paradoxal, descontínuo, reversível.
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UM AMOR: PARIS

Talvez os meus olhos não abracem mais o teu corpo de exércitos amados, talvez já não esteja em Paris ao fim da manhã, talvez toda a alegria seja como água, dizes tu. Tudo calas no fumo colossal da noite. Fixo o olhar no teu corpo assim tão inquieto, tão silenciado. A noite de Paris está afogada e os meus olhos dormem como viajantes criminosos; em mim correm as tuas veias um mar feroz uma alegria louca. No teu corpo, por muito tempo, quero caminhar só. É meio-dia nesta manhã de porta em porta, em Paris.