terça-feira, julho 28, 2009

O MAR

A cada passo a ilha é outra luz. Cresceste. Chegaste aqui. Naufragaste. Partiste um dia. Enfim, viste crescer o inferno. Ainda cheiras a navegações. Na volta do mar, viste morrer muita luz em gumes de carne. A casa ainda te cinge em sombra. De mar em mar, chegaste a terra firme para lá do rio atlântico. Um coração te levou, um cárcere carcereiro te trouxe ao escuro, entre o choro e a linha de água.

Casa de nunca acordar, dirás tu. Mais que por mar viajaste por essa casa da ilha. E só muito depois naufragaste aqui como se te cindisses de outro modo ainda.
Só assim coincides comigo--mas às avessas, dirás tu. Antes de muito depois da luz. Demais a mais, negras são as águas sob o azul do mar , dirás tu.

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