domingo, julho 03, 2005

A CRIAÇÃO DO MUNDO (9º Versão)

Noite retina alta em dedos
circulares de pele em pele como um abutre
vermelho, íris que desde sempre abriu
a infância certeira aos olhos dos linces
dedos cativeiros centopeias de cegos
invisíveis dedos sem peso sem pensar
sem um gesto
de cadências feridas expostas ao segredo
cegueira a meia voz com as veias
de tudo quanto se agita neste sol
de ser abismo
apesar do círculo de morrer vivo;
infância litúrgica de estar fechada
entre corpos celestes entre dedos
--uma criança de olhos de lince tão leve
um quase nada em voz alta com as estrelas

3 Comentários:

Blogger Sérgio A. Correia disse...

Obrigado, Rain-maker.

12:45 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Escreves muito bem, sérgio. este poema tem musicalidade e uma incrivel força visual. Adorei. beijo*

«cegueira a meia voz com as veias
de tudo quanto se agita neste sol
de ser abismo » - algo se agita dentro de mim quando encontro coisas belas.

8:54 da manhã  
Blogger Sérgio A. Correia disse...

Obrigado, Karin, pelos teus imerecidos elogios:)outro para ti!

5:28 da tarde  

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