GRACE JONES
Há dias, sofri o imprevisto de rever, na RPT 1, um filme que já muito amei por recomendação da Ana Teresa Pereira--o "Frantic", do Roman Polansky. A Ana Teresa tinha toda a razão: há argumentos que de tão labirínticos acabam por gerar em cada um de nós a sua própria estória (isto, inventei eu mesmo agora). No entanto, não foi isso que, desta vez, me seduziu no filme. Desta vez foi a música da esfíngica Grace Jones. Uma melodia soberba, estranhíssima, alienígena-disco sound, que Polansky soube incorporar muitíssimo bem na aparente falta de lógica do filme: "I have seen that face before".
Inesquecível o plano-sequência no qual o americano "maluco" dança com a francesa "traficante de droga".Absoluto aquele plano-sequência. Até apetece citar o Deleuze, mas não o vou fazer porque ainda não o li com olhos ler, mas apetecer, apetecia. Quem me dera dançar assim sobre a vida.